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O recente Plano da Operação Energética 2025, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), acendeu um sinal de alerta para a segurança energética do país. Entre as soluções apontadas para reduzir a pressão sobre o sistema elétrico durante os horários de pico, destaca-se a possibilidade de reativar o horário de verão — uma medida que, na prática, revela mais a fragilidade estrutural do setor do que uma real estratégia de modernização.
Embora a participação das fontes renováveis, como eólica e solar, tenha crescido na matriz elétrica brasileira, elas continuam sendo fontes intermitentes, incapazes de garantir fornecimento constante, sobretudo no início da noite, quando o consumo explode. Essa dependência, somada à ausência de novos leilões de contratação de potência para o período de 2025 a 2029, escancara a falta de planejamento consistente para o atendimento da demanda futura.
A alternativa apresentada pelo ONS, de acionar usinas térmicas flexíveis, representa mais um paliativo do que uma solução definitiva — além de gerar impactos ambientais e elevar o custo da energia. Já a retomada do horário de verão, que havia sido extinta no governo anterior, surge como uma tentativa de conter picos de consumo transferindo artificialmente hábitos da população, sem atacar o cerne da questão: a urgente necessidade de ampliar a capacidade firme do sistema.
Enquanto isso, consumidores e empresários convivem com a incerteza sobre a segurança do abastecimento e os possíveis reajustes tarifários. A discussão sobre o horário de verão, portanto, expõe um problema maior: a falta de investimentos estruturais e a dificuldade em transformar a matriz elétrica brasileira em um sistema realmente equilibrado, sustentável e preparado para o crescimento do país.