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A situação na Vila Unidos, região norte de São José dos Campos, tem gerado indignação e revolta entre os moradores. Tudo começou com a confirmação, pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), da construção de 28 apartamentos populares no terreno onde antes havia uma área de lazer comunitária, com parquinho infantil e academia ao ar livre — espaços que atendiam diariamente crianças, idosos e famílias inteiras.
O terreno, segundo a própria CDHU, foi indicado pela Prefeitura Municipal, o que tem levantado questionamentos sobre falta de diálogo com a comunidade e planejamento urbano insensível às necessidades sociais e ambientais.
A situação se agravou após um ato de protesto pacífico, realizado em 22 de setembro, ser reprimido de forma violenta. Em vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, um agente da Guarda Civil Municipal (GCM) é visto usando spray de pimenta contra moradores, incluindo idosos e mulheres, numa atitude considerada covarde, desnecessária e autoritária. O episódio apenas aumentou a tensão e a revolta popular.
Desde então, os moradores têm resistido à retirada das árvores e à destruição da área verde, impedindo que funcionários da Prefeitura realizem cortes no local. A comunidade cobra transparência, diálogo e respeito, mas tem encontrado respostas com força policial e repressão.
Nesta terça-feira (14), a situação ganhou novos contornos quando a Prefeitura e a CDHU, com apoio da Polícia Militar, deflagraram uma ação desproporcional no bairro. Foram enviadas diversas viaturas, motos e até um caminhão da cavalaria, como se os moradores — cidadãos comuns defendendo seu espaço público — fossem uma ameaça à ordem.
Em vídeos enviados à Jambeiro FM, moradores aparecem gritando em coro: “Não corta árvore!”, em meio a forte presença policial. A cena resume o abismo entre o poder público e a população, que pede apenas ser ouvida antes de ver desaparecer o último espaço de convivência do bairro.
Enquanto a CDHU e a Prefeitura defendem a legalidade da obra e prometem “compensações ambientais”, o sentimento nas ruas é de traição e abandono. A população da Vila Unidos vê o que antes era símbolo de lazer e união se transformar em palco de confronto, repressão e descaso.
Mais uma vez, a voz do povo foi ignorada, e o que poderia ser um projeto de moradia popular se tornou um retrato da falta de sensibilidade da gestão pública com quem mais precisa.