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PARABÉNS JAMBEIRO, 144 ANOS

Dia 30 de março Jambeiro completa 144 anos de sua emancipação política de Caçapava, o que foi possível pela edição da  Lei Provincial nº  56. Na época, Jambeiro ostentava o nome de “ Freguesia de  Nossa Senhora do Capivari , mais tarde Vila do Capivari e, em 1877 recebeu o nome de  Jambeiro. Em 1878, foi empossada a primeira câmara do município, mais especificamente no dia 10 de agosto de 1878, composta pelos cidadãos major Francisco Alves Moreira, Ladislao de Barros Nogueira, Vasco Pinto Rebello Pestana, capitão Jesuino Antonio Baptista, Luiz Bernardo de Almeida Gil, José Francisco de Moura e Joaquim Silvério dos Santos. A vila foi elevada a categoria de comarca pelo decreto nº 108 de vinte e três do mês de setembro de mil oitocentos e noventa e dois. Em 1898, por força da Lei Provincial nº 36, referendada pela Lei Municipal nº 7, de 15/07/1898, promulgada pelo presidente da Câmara Municipal, Major João do Amaral Gurgel, e publicada no “Diário Oficial” do Estado nº 24.244, de 27/07/1898, “Fica elevada à categoria de cidade esta Villa de Jambeiro, com a mesma denominação”. (DIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO Nº 24.244, DE 27/07/1898). Elevada à categoria de cidade Jambeiro cresceu rapidamente, assim como os demais municípios da região do Vale do Paraíba, impulsionado pela economia cafeeira. O “Anuário do Estado de São Paulo” de 1908, registrou a população de Jambeiro como sendo composta de 9.875 habitantes. Até os anos trinta não havia a figura do prefeito municipal,  a câmara através de seu presidente administrava o município. Com a revolução de 1930 e o início da Era Vargas , criou-se se a  figura do prefeito e institui-se a “prefeitura”, à qual, como acontecia anteriormente com a intendência municipal, continuam a ser atribuídas as

 

funções executivas do município.  O prefeito, a partir da constituição de 1934, passa a ser escolhido pelo povo. No período compreendido entre 1890 e 1920, Jambeiro viveu importante período econômico. O Município foi grande produtor de café, devido às suas características geográficas, terras boas e férteis, desenvolvendo a produção de café em grande escala. O trabalho de grau “ Trajetos de Uma História “ (1872-1940), das graduandas Dicéia Henrique de Faria e Tatiana Maria de Almeida, coordenadas pela professora Maria Aparecida Papali, do Departamento de História da Univap, cita o prof. Dr. Carlos Ortiz que em palestra publicada no Jornal o Jambeirense (19/04/2006) “O café é serrano, gosta de ondulações e de serras (…) então, na serra de Jambeiro o café encontrou o seu habitat maravilhoso. E as fazendas de café, do começo do século, foram conhecidíssimas e foram maravilhosas” E continua “O café era embarcado em Caçapava, levado daqui da serra em lombos de burros; de Caçapava para o Rio, pela estrada de Ferro Central do Brasil. E de lá era embarcado diretamente para Nova York, porque os americanos eram naquela época os únicos importadores de café.” A cidade de Jambeiro desenvolveu-se em função da produção de café, as fazendas de café rodeavam toda cidade. A população  chegou a ser de 10.000 habitantes, segundo consta dos anuários do Estado de São Paulo do período. A partir dos anos vinte, em decorrência de forte concorrência mundial, inclusive de países sul americanos, em especial Colômbia,  Venezuela, Equador, países africanos como a Costa do Marfim, Ruanda, Congo e Angola, a produção de café no Brasil diminuiu substancialmente e, entra em total decadência com a depressão americana de 1929,  conhecida como  a  Grande Depressão, um período de  recessão econômica, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque despencaram extraordinariamente, depressão que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a segunda guerra mundial em 1945. A Grande Depressão é considerada o pior e o mais longo período de recessão econômica do sistema capitalista  do século XX.  Na esteira da grande depressão americana, o Brasil, país grande exportador de café, experimentou expressivo declínio na sua produção, haja vista que a maior parte era destinada à exportação, em especial para os Estados Unidos da América.  Foi então que o Governo Vargas determinou a queima de cafezais com o fim de manter o preço do produto, para conter a forte queda do preço no mercado internacional.  Jambeiro como de resto os demais municípios do Vale do Paraíba que viviam praticamente da produção cafeeira, viraram terra arrasada. Por volta dos anos quarenta, agricultores e produtores de leite do Sul de Minas, mais especificamente das cidades de Pouso Alto, Carmo de Minas, Cristina e São Lourenço, atraídos pelos baixos preços das terras antes ocupadas por café, mudaram para Jambeiro que se tornou grande produtor de leite durante o período de 1944 até o fim dos anos oitenta. Com o advento de novas tecnologias e a concorrência de grandes produtores e cooperativas, a introdução de normas e regramentos na produção, a concorrência do leite em pó importado e,  a queda substancial do preço do litro de leite in natura, Jambeiro experimentou forte declínio econômico e substancial êxodo rural, fato que se constata facilmente pelo fechamento das escolas rurais, que chegaram a doze no período de grande produção leiteira e praticamente nenhuma no início dos anos noventa, quando o Município possuía apenas 2.600 habitantes. No final dos anos noventa, Jambeiro inicia um processo exitoso de industrialização do Município  com a implantação de um Distrito Industrial pelo então prefeito José Geraldo Vasconcelos Coelho, com a criação de empregos e grande melhoria na arrecadação financeira, especialmente com melhoria substancial na transferência estadual da cota parte do ICMS, decorrente da extraordinária elevação do chamado valor agregado, assim como da arrecadação própria (ISS, IPTU e taxas). Com o advento da industrialização Jambeiro também aumentou consideravelmente o número de habitantes no Município, saltando para 6.600.

TRIBOS INDÍGENAS QUE VIVERAM NA REGIÃO DE JAMBEIRO.

Em importante trabalho da professora Regina Kátia Rico Santos de Mendonça da Universidade de São Paulo, em Pós Graduação em História Social, denominado “ Escravidão de Índios no Vale do Paraíba “,  menciona como habitantes originários da nossa região, os índios Guaianás, Puris, Tamoios e Macominis. A professora faz importante citação da obra denominada “ Peregrinações de Antonio Knivet no Brasil do Século XVI, tomo especial, parte II, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1915 p. 368, ao relatar expedição comandada por Antonio Knivet, vinda de Itanhaem que desembarcou em Ubatuta, subiu a Serra do Mar, passou por um vale, onde localiza hoje (1915) a Villa de Jambeiro, tendo ali encontrado tribos de índios Poris (Puris), antropófagos. Vários trabalhos de renomados historiadores do Vale do Paraíba citam os índios Puris, como sendo habitantes primeiros habitantes da região. O historiador Nildo Albuquerque, que escreveu a história de Santo Antonio do Pinhal, também faz várias menções aos índios Puris como primeiros habitantes da região.

 

 

FONTES DE CONSULTA:

– Anuário Estatístico de São Paulo ano 1905 – Arquivo do Estado São Paulo. Disponível em http://www.arquivoestado.sp.gov.br/viver/estatistic as.php. Acesso em 11/05/2011. – Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Lei nº 52 de 10/04/1872, Lei nº 52 de 10/04/1872, Lei nº 36 de 08/05/1877. Disponível em http://www.al.sp.gov.br/portal/site/Internet/Integra. – BARROS, José d’Assunção. Cidade e História. Petrópolis/RJ: vozes, 2007. – Diário do Estado de São Paulto – Pós Graduação Prof. Doutora Regina Kátia Rico Santos de Mendonça – referência “ Peregrinações de Antonio Knivet no Brasil do Século XVI – Tomo Especial, parte II – Imprensa Nacional, Rio de Janeiro 1915, pág. 368. Jornal “ O Jambeirense “ – “ Trajetos de Uma História “ (1872-1940), das graduandas Dicéia Henrique de Faria e Tatiana Maria de Almeida, coordenadas pela professora Maria Aparecida Papali, do Departamento de História da Univap

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