O esquema de vacinação contra o HPV no Brasil sofreu uma alteração significativa. Agora, crianças e adolescentes de 9 a 14 anos receberão apenas uma dose do imunizante, em vez das duas doses anteriormente recomendadas. A decisão foi anunciada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.

No entanto, para os imunossuprimidos e vítimas de violência sexual, que também têm acesso à vacina na rede pública, as orientações permanecem as mesmas, com a recomendação de duas ou até três doses, dependendo do caso.

Essa mudança segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), feita em 2022, que afirmou que uma dose da vacina já oferece uma proteção significativa contra o HPV. A orientação da OMS visa aumentar a cobertura vacinal e viabilizar a inclusão de outros públicos prioritários, especialmente em países mais pobres, garantindo que mais pessoas sejam imunizadas contra o vírus.

O HPV, papilomavírus humano, é responsável por mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero, além de estar associado a outros tipos de cânceres, como os de pênis, ânus e orofaringe. É altamente contagioso, e estima-se que mais de 80% das pessoas serão infectadas em algum momento da vida. No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que o HPV atinge 54 em cada 100 mulheres que já iniciaram a vida sexual e quase 42% dos homens.

Essa mudança no esquema de vacinação busca ampliar a proteção contra o HPV e reduzir a incidência de doenças associadas ao vírus, como o câncer, reforçando a importância da vacinação como medida preventiva.