O afastamento das aulas presenciais para conter a pandemia de covid-19 revelou uma série de desigualdades entre os ensinos público e privado do país, incluindo o acesso às tecnologias necessárias para o estudo remoto. De acordo com dados do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (16), enquanto 98,2% dos alunos de escola particular tinham acesso à internet em 2021, na pública era 87%. E nas escolas públicas da região Norte, o índice é menor ainda: 73%.

A pesquisadora do IBGE Flavia Vinhaes aponta ainda outras disparidades encontradas.

Apesar das diferenças sociais, o módulo sobre Tecnologia da Informação e Comunicação da PNAD Contínua constatou o avanço da digitalização no país. No ano passado, o uso da internet já era uma realidade para 84,7% da população com mais de 10 anos de idade, um aumento de quase 5 pontos percentuais na comparação com 2019. Na faixa etária dos 20 aos 24 anos, 94,2% da população estava online, mas uma parcela significativa dos idosos brasileiros ainda está desconectada.

Mesmo com um aumento de mais de 28% em 2 anos, apenas 57,5% das pessoas com mais de 60 anos utilizam a rede. Já a análise por domicílios mostra que em 90% deles há acesso à internet. E um grande propulsor disso foi a popularização dos smartphones: em 99,5% dessas residências, o celular é usado para navegar. Mas, a pesquisadora do IBGE ressalta novamente as desigualdades Brasil afora.

A pesquisa destaca ainda uma virada inédita: pela primeira vez os brasileiros acessaram a internet mais pela televisão do que pelo computador, com 44,4 versus 42,2%. O crescimento da transmissão web pela telinha está associado aos serviços de streaming para assistir filmes, vídeos e séries e foi de mais de 30 pontos com relação a 2016. Também foi a primeira vez que a banda larga fixa ultrapassou a banda larga móvel como principal tipo de conexão. O IBGE acredita que isso se deve à pandemia, já que no isolamento doméstico, as pessoas precisaram de serviços mais modernos em diversos aparelhos.

• Fonte: Agência Brasil