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Um levantamento do IBGE mostra que o número de solteiros em São José dos Campos chegou a 187 mil pessoas, número que supera a população de cidades inteiras do Vale do Paraíba, como Pindamonhangaba. E por trás desse dado, especialistas e observadores sociais apontam uma tendência crescente: o receio de muitos homens em se envolver em novos relacionamentos.
Segundo relatos ouvidos pela reportagem, parte dos homens tem preferido permanecer solteira por medo de relações conflituosas, experiências anteriores frustrantes e também por receio de se envolver com mulheres consideradas “tóxicas” — termo popular usado para descrever relacionamentos marcados por controle excessivo, ciúmes e manipulação emocional.
Outro fator que vem sendo discutido é a sensação de desequilíbrio nas leis brasileiras, especialmente em casos de separação e disputas familiares. Muitos homens alegam que a legislação tende a favorecer mais as mulheres em questões como guarda dos filhos, pensão alimentícia e medidas protetivas, o que reforça o medo de iniciar um relacionamento sério.
Além disso, há ainda um preconceito persistente por parte de alguns homens em relação a mulheres solteiras com filhos, o que reflete um estigma cultural ultrapassado, mas que ainda interfere na construção de novos laços afetivos. Especialistas em comportamento afirmam que esse tipo de preconceito afasta oportunidades de relações saudáveis e maduras, tanto para os homens quanto para as mulheres.
De acordo com os dados do Censo 2022, São José dos Campos é a cidade com o maior número de solteiros do Vale do Paraíba, seguida por Taubaté e Jacareí. O levantamento mostra que 30,6% da população joseense acima de 10 anos nunca viveu em união, um dado que pode estar ligado não apenas a mudanças culturais e de valores, mas também a um cenário de desconfiança e medo emocional.
Enquanto isso, as relações modernas passam por uma redefinição, com mais pessoas priorizando independência e estabilidade emocional antes de assumir um compromisso. Especialistas reforçam que o diálogo, o respeito e a igualdade devem ser os pilares para reconstruir a confiança entre os gêneros — um desafio que cresce junto com o número de solteiros nas grandes cidades do Vale.