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Enquanto o país amarga crescimento lento, desemprego persistente e retração no consumo, o governo federal segue inerte diante da política de juros sufocantes imposta pelo Banco Central. A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano consolida o Brasil entre os líderes mundiais em juros reais — e escancara a falta de reação do Palácio do Planalto diante de um modelo que asfixia a economia real.
Com juro real estimado em 9,76% ao ano — o segundo maior do planeta, atrás apenas da Turquia — o Brasil permanece na contramão da maioria dos países desenvolvidos e emergentes. A média global gira em torno de 1,66%, o que evidencia a disparidade da política monetária brasileira. Em termos nominais, os 15% da Selic colocam o Brasil na quarta colocação mundial, superado apenas por economias em crise ou instabilidade como Turquia (43%), Argentina (29%) e Rússia (18%).
O mais grave, porém, é o silêncio do governo diante desse cenário. Apesar de críticas pontuais à independência do Banco Central, o Planalto tem se limitado a discursos genéricos e sem força política para alterar o rumo da economia. A falta de articulação e de um plano firme para enfrentar os juros altos coloca em xeque o compromisso do Executivo com a retomada do crescimento.
Ao não enfrentar de forma contundente o problema, o governo federal se torna cúmplice de uma política que favorece o rentismo e penaliza os setores produtivos, os trabalhadores e os pequenos empreendedores. Enquanto isso, investimentos minguam, a indústria patina, o consumo desacelera e o crédito se torna inviável para boa parte da população.
O Brasil precisa urgentemente de uma liderança que encare os desafios da economia com coragem e estratégia. A manutenção dos juros em patamares estratosféricos não é apenas uma decisão técnica: é uma escolha política — e o silêncio do governo diante dela também é.