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A promessa de enxergar melhor tem se transformado em pesadelo para centenas de brasileiros. Desde 2022, ao menos 222 pacientes sofreram sequelas, algumas irreversíveis, após se submeterem a cirurgias oftalmológicas realizadas em mutirões por todo o país. Desse total, cerca de 20% perderam completamente a visão de um ou dos dois olhos.
O levantamento, divulgado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), expõe um problema que vai muito além dos erros médicos: a fragilidade na fiscalização dessas ações emergenciais de saúde. Falhas no controle sanitário, uso inadequado de medicamentos e ausência de acompanhamento pós-operatório estão entre os principais fatores que levaram aos danos registrados.
Casos recentes, como o registrado em Campina Grande (PB), onde mais de 30 pacientes desenvolveram infecções após procedimentos oftalmológicos, acendem um alerta grave. Situações semelhantes foram notificadas em Rondônia, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte e São Paulo, revelando que o problema não é isolado, mas recorrente.
O CBO reforça que os mutirões, embora importantes para reduzir filas na saúde pública, precisam seguir protocolos rígidos, garantir profissionais capacitados e, principalmente, oferecer acompanhamento médico adequado por pelo menos 30 dias após qualquer intervenção. Apesar das orientações, muitos desses eventos são organizados sem a devida supervisão dos órgãos competentes, colocando em risco a saúde da população.
Especialistas alertam que, enquanto persistir a falta de fiscalização rigorosa, novos casos de negligência poderão ocorrer, comprometendo não só a visão, mas a dignidade de quem busca nesses atendimentos uma esperança de qualidade de vida.