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Com a chegada do inverno, Campos do Jordão mais uma vez vira vitrine do turismo de luxo em São Paulo. Mas, junto com o frio e o charme da serra, vem também um problema que já virou tradição: preços altíssimos que assustam até os visitantes mais empolgados.
A cidade, conhecida como a “Suíça Brasileira”, parece cada vez mais voltada a uma elite econômica, com valores que beiram o surreal. Estacionar o carro por algumas horas pode custar mais que um tanque de combustível, enquanto um simples fondue para duas pessoas ultrapassa os R$ 400 em alguns restaurantes. Em outros casos, um chocolate quente chega a R$ 35 — e não é nada extraordinário.
Hotéis e pousadas também seguem a mesma lógica: diárias que em baixa temporada não passam de R$ 250 saltam para R$ 1.500, muitas vezes sem justificativa plausível além da “alta demanda”. Até atrações básicas, como pedalinho, trenzinhos turísticos e entradas para parques naturais, estão com valores inflacionados que colocam em xeque o custo-benefício da viagem.
A crítica é geral nas redes sociais: turistas indignados relatam que a cidade se tornou inacessível, elitista e artificial. “A impressão é que cada esquina virou uma armadilha para o bolso”, comenta um visitante do interior paulista. “Nem parecia que eu estava no Brasil, só que com o salário daqui”, ironiza outro.
Enquanto isso, o comércio local colhe lucros temporários, mas especialistas alertam para os riscos: a fama de destino turístico “careiro demais” pode afastar o público médio e comprometer o movimento em médio prazo. Cidades como Monte Verde, Gonçalves e Santo Antônio do Pinhal já aparecem como alternativas mais baratas e igualmente charmosas.
Campos do Jordão precisa escolher se quer ser um destino de inverno democrático e acolhedor, ou um paraíso exclusivo para poucos privilegiados. Por enquanto, quem não está disposto a pagar R$ 200 por um hambúrguer com batata frita, melhor levar um casaco… e fugir do frio salgado da Serra da Mantiqueira.