O Brasil chegou ao menor índice de fecundidade de sua história. Segundo dados divulgados pelo IBGE, com base no Censo Demográfico de 2022, a média nacional caiu para 1,6 filho por mulher em idade reprodutiva. O número está bem abaixo da taxa de reposição populacional — considerada ideal para manter o tamanho da população — que é de 2,1 filhos por mulher.
A queda vem acontecendo de forma constante nas últimas décadas. Em 1960, eram 6,3 filhos por mulher; nos anos 1980, o índice recuou para 4,4; já em 2000, estava em 2,4. Agora, chegou a 1,6, evidenciando uma mudança significativa nos padrões de fecundidade do país.
Os dados mostram ainda que essa média varia bastante entre diferentes grupos sociais. Mulheres indígenas registram a maior taxa de fecundidade, com 2,8 filhos por mulher. Em seguida aparecem as pardas, com média de 1,7, negras, com 1,6, e brancas, com 1,4. O menor índice ficou com as mulheres que se identificam como amarelas, com 1,2 filho por mulher.
Além de terem menos filhos, as brasileiras também estão adiando a maternidade. A idade média para ter o primeiro filho subiu para 28,1 anos em 2022, contra 26,3 anos em 2000 e 26,8 anos em 2010.
Com o novo cenário, especialistas alertam que o Brasil pode enfrentar, nas próximas décadas, consequências como o envelhecimento populacional acelerado e impactos na economia e nas políticas públicas.