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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou mais uma alta agressiva na taxa Selic, elevando os juros básicos da economia de 11,25% para 12,25% ao ano. Com essa decisão, o Brasil consolida sua posição como um dos países com os maiores juros reais do mundo, gerando consequências preocupantes para a economia e a sociedade.
Hoje, o juro real no Brasil, que desconta a inflação esperada, é de 9,48% ao ano, segundo cálculos de um portal financeiro. Esse índice coloca o país na segunda posição global, atrás apenas da Turquia. No entanto, ao contrário do Brasil, países como Dinamarca e Holanda praticam juros reais negativos, que estimulam investimentos e o crescimento econômico.
O discurso de que juros altos são necessários para controlar a inflação esconde o custo social devastador dessa política. A Selic elevada encarece o crédito, penalizando pequenas e médias empresas, enquanto beneficia investidores que lucram sem correr riscos. Na prática, o brasileiro comum paga a conta através de produtos e serviços mais caros e menos oportunidades no mercado de trabalho.
Enquanto isso, países desenvolvidos, como Japão e Suíça, operam com juros nominais de 0,25% e 1%, respectivamente, apostando em estratégias que incentivam o consumo e impulsionam suas economias. No Brasil, a obsessão com o ajuste fiscal e a contenção inflacionária sacrifica o crescimento e perpetua a desigualdade.
A atual política monetária deixa claro que, no Brasil, o equilíbrio econômico continua sendo construído sobre as costas das populações mais vulneráveis, enquanto grandes investidores celebram lucros garantidos. O país precisa urgentemente de um debate mais amplo sobre modelos econômicos que conciliem responsabilidade fiscal com justiça social.