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Um levantamento do Instituto Pacto Contra a Fome expôs uma realidade alarmante: manter uma alimentação saudável no Brasil está cada vez mais caro — e inacessível para a maioria da população.
Segundo o estudo, o custo da chamada “cesta básica ideal”, composta por alimentos in natura e minimamente processados, chegou a R$ 432 por pessoa no último mês. O valor equivale a 21,4% da renda média mensal per capita no país, que é de R$ 2.020, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE.
Mais preocupante ainda é o dado que revela que mais de 70% dos brasileiros não têm renda suficiente para bancar uma alimentação adequada e, ao mesmo tempo, arcar com outras despesas essenciais. Em situação ainda mais crítica, cerca de 21,7 milhões de pessoas — mais de 10% da população — vivem com menos do que o custo mensal da própria cesta básica ideal.
O cálculo considera parâmetros definidos pelo Núcleo de Epidemiologia e Biologia da Nutrição da Universidade de São Paulo (USP), com foco em itens que garantem qualidade nutricional. Mas, na prática, a alimentação saudável virou um privilégio de poucos.
O resultado escancara um paradoxo: enquanto políticas públicas incentivam hábitos alimentares mais saudáveis, a realidade econômica da maioria da população torna esse objetivo inviável. Comer bem, no Brasil de hoje, virou luxo.