Mais uma vez, a população é surpreendida com a liberação em massa de presos durante a chamada “saidinha temporária”. Cerca de 2.800 detentos dos presídios de Tremembé, no interior paulista, estão nas ruas entre os dias 17 e 23 de junho, em razão do segundo benefício deste tipo previsto para 2025. A medida, amparada pela Lei de Execução Penal, acende um sinal de alerta para a segurança pública.
Embora a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) defenda que o benefício segue critérios legais e disciplinares, a realidade fora dos muros das penitenciárias é outra: comunidades vivem com medo, comércio fecha mais cedo e pais evitam deixar filhos sozinhos nas ruas. A cada saída temporária, cresce a apreensão da sociedade — e não sem motivo.
Historicamente, parte desses detentos não retorna aos presídios, tornando-se foragidos perigosos. Mesmo com a regra que prevê a perda do regime semiaberto e a transferência para o fechado em caso de descumprimento, o reingresso no sistema nem sempre é imediato. Enquanto isso, assaltos, furtos e até crimes violentos aumentam, segundo relatos frequentes de moradores.
Especialistas em segurança pública e representantes de associações comunitárias criticam duramente a concessão do benefício em larga escala, afirmando que a aplicação ignora o sentimento de insegurança da população. “Quem está nas ruas é a família, o trabalhador, o estudante — e todos eles estão mais vulneráveis quando milhares de presos são liberados ao mesmo tempo”, alerta um líder comunitário da região.