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O contrato bilionário firmado entre a Urbanizadora Municipal (Urbam) e a empresa Green Energy para o aluguel de 400 ônibus elétricos em São José dos Campos está no centro de uma nova polêmica. O Ministério Público instaurou inquérito para investigar possíveis irregularidades na negociação, que pode custar aos cofres públicos R$ 2,7 bilhões ao longo de 15 anos.
O caso levanta uma série de questionamentos: como um contrato dessa magnitude foi fechado após cinco tentativas de licitação fracassadas e com apenas uma empresa concorrente? Onde está a transparência e a concorrência exigidas pela lei em processos dessa envergadura?
Enquanto a Prefeitura e a Urbam alegam lisura e apresentam estudos técnicos que justificariam o modelo adotado, o MP vê indícios sérios de problemas de planejamento e economicidade, além da falta de debate público e riscos financeiros mal dimensionados. O Conselho Superior do Ministério Público rejeitou os recursos da Prefeitura e da estatal, defendendo a continuidade das investigações.
O modelo de contratação — inspirado em uma experiência do governo de Goiás — prevê que os ônibus sejam alugados pela Urbam e operados por outra empresa, ainda a ser escolhida em nova licitação. No entanto, essa fórmula “inovadora” já coleciona falhas e decisões judiciais contrárias, além da ausência de audiências públicas sobre sua viabilidade.
É importante lembrar que, desde 2019, a cidade tenta tirar do papel uma nova concessão do transporte público. Mais de R$ 2,4 milhões foram gastos com a FGV para elaborar um modelo que nunca foi implantado, e enquanto isso, os contratos emergenciais com operadoras antigas seguem sendo prorrogados, alguns deles pela quinta vez consecutiva.
A implantação dos ônibus elétricos, prometida como um marco de modernização e sustentabilidade, se vê agora envolta em suspeitas, falta de concorrência e risco de desperdício de dinheiro público. O projeto que nasceu para modernizar o transporte de São José dos Campos pode, se não for bem esclarecido, virar um símbolo de um planejamento apressado, mal discutido e extremamente caro para a população.