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A realização da casa própria, sonho recorrente na vida de milhões de brasileiros, está cada vez mais distante. O cenário atual do mercado imobiliário impõe uma combinação dura de fatores: alta nos juros, valorização constante dos imóveis e queda no poder de compra da população.
Segundo dados do índice FipeZap, os preços dos imóveis subiram 0,6% somente em março. No acumulado do ano, o aumento já chega a 1,87%. Parece pouco? Em 2023, os imóveis já haviam encarecido cerca de 5%. E, somando os últimos 12 meses, o salto é ainda mais alarmante: 7,73%.
Com isso, o preço médio do metro quadrado alcançou R$ 9.185. Traduzindo em números práticos, um apartamento padrão de 70 metros quadrados já custa, em média, R$ 643 mil — valor inalcançável para boa parte da população, especialmente diante das taxas de financiamento que voltaram a subir.
A pesquisa ainda revela uma profunda desigualdade nos valores praticados entre as cidades brasileiras. Enquanto capitais como Cuiabá e Campo Grande apresentam preços em torno de R$ 6 mil por metro quadrado, em São Paulo esse valor ultrapassa os R$ 11 mil. E o recorde vai para Balneário Camboriú (SC), onde o metro quadrado chega a R$ 14.300, consolidando-se como a cidade com os imóveis mais caros entre os municípios analisados.
A valorização do mercado imobiliário, que poderia ser vista como um sinal de crescimento, na prática, reforça a exclusão habitacional. A classe média sofre para financiar e a população de baixa renda, muitas vezes, sequer consegue cogitar a entrada em um financiamento.
Enquanto o setor comemora valorização e ganhos, o cidadão comum vê o sonho da casa própria cada vez mais como um privilégio — e não como um direito.